Digo de certa forma porque o processo é complexo. Muitas pessoas falam "eles simplesmente levantam e saem andando", mas não é verdade. O andar é um conjunto de ações e descobertas demorado. É um trabalho que, se pararmos pra pensar, começa lá no início, quando eles endurecem a coluna. O caminho para chegar aos primeiros passinhos, pelo menos para a minha filha, foi longo e muito bem calculado. O pezinho que foi se ajustando, o equilíbrio que foi se entendendo e os movimentos se acertando até estar tudo pronto, apesar da ansiedade dela e da minha.
Enfim, em Porto Alegre a gente começou a brincar com ela daquela "vai com a mamãe", "vai com o papai". Ali, os primeiros passinhos saíram desengonçados e desequilibrados e, em duas semanas, o progresso foi pouco. Ao voltarmos para Brasília, a dois dias dela completar um ano, mudamos a brincadeira. Apoiamos ela de costas em uma parede e a chamamos. Eureka! Ali, sem segurar nas mãos de ninguém, ela equilibrou o corpo e engatou a primeira com segurança. Pronto, ali ela, finalmente, andou.
A liberdade que ela sempre quis foi conquistada. Agora, ela anda para onde quer, corre, samba, sobe e desce rampas e escadas (para nosso desespero!), se pendura nas coisas e, como todos esse desafios já foram superados, ela volta e meia fica brincando de andar de costas só para mostrar que com ela não existe esse negócio de limite. Agora, ela anda até tocando vuvuzela.
E eu, ainda me pergunto o por quê de tanta ansiedade. Era tão mais fácil controlar a pequena e evitar os acidentes quando ela não andava.
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