sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

"É sobretudo a lei dessa infinita highway"


Eita, calorão!

Depois de uns dias de correria para arrumar tanta coisa, encaramos a nossa primeira viagem com a filha. Aliás, como um ser tão pequeno precisa carregar tantas coisas? Que trabalheira...

Já no aeroporto (lotado), o medo de qual seria a reação no avião. Para a nossa surpresa, ela nem ligou. Estava em um daqueles dias Miss Simpatia. Conversou e sorriu para todo mundo e tocou o terror. Queria brincar com tudo, comer o folheto de instruções da GOL, rasgar a revista, pegar os óculos da pessoa de trás e, o pior, uma obssessão louca para acordar o moço que roncava ferozmente ao nosso lado. A menina é danada! Tomei o cuidado de colocá-la no peito na hora da subida e da descida, mas parece que a pressão não teve influência em seus lindos ouvidinhos.

Experimentando um churrasco com o dindo

Chegando a Porto Alegre, caramba, que calorão! Nos instalamos na casa da bisa e fomos atrás de comida. Deixei de lado o preconceito e decidi que, durante a viagem, ela comeria papinha da Nestlé. Não havia a menor condição de cozinharmos. E, claro, ela adorou. Comeu de lamber o beiços. A minha papinha nunca foi tão bem-recebida. É, difícil concorrer com o McDonald's dos bebês... A cadeirinha de comer nos fez muita falta, ainda mais quando se trata de um nenê que quer fazer tudo em pé. Quando eu digo tudo, é tudo mesmo. Tomar banho, trocar fralda, comer, dormir e, ultimamente, até cacá ela anda fazendo em pé, igual a um cavalo. Esse foi um aspecto que a viagem apatifou. Com a invenção de comer pirulitando pela cozinha, ela não aceita mais comer na cadeira. Come um pouquinho, fica entediada e simplesmente se recusa a continuar — não abre a boca. Aí, na hora em que a gente solta, lá vem o bocão cheio de apetite.

Com os amigos do papai

Os dias foram muito intensos e calorentos. A cada dia, conhecíamos um grupo diferente de amigos e familiares do papai. Antes de irmos, Bethânia não andava reagindo muito bem na presença de estranhos, mas, lá, foi só farra. Parece que ela entendeu o significado de férias. Aproveitou tudo até o último segundo, brincou muito, dormiu pouco, conheceu e conviveu com pessoas muito queridas.

Contemplando a vista no Morro Pelado, em Gramado

Antes do Natal, subimos a serra para Gramado/Canela. Aí, fizemos uma imprudência que dá até vergonha de contar, mas acho necessário registrar aqui coisas que os pais não devem, mas acabam fazendo na hora do nervosismo. Como não levamos carrinho/bebê-conforto, pegamos uma cadeirinha emprestada com um primo para pegar a estrada. O problema é que a Bethânia odeia andar de carro. No caminho, por causa do desespero dela chorando, acabei ficando com ela no colo. Se eu visse aquela cena na estrada, tenho certeza, que comentaria: "Meu Deus, que pais sem noção!". Sim, talvez a gente seja mesmo, mas, nessa jornada de aprender a ser pai e mãe, a gente acaba fazendo um monte de coisas "sem noção". Complicado, viu?

Farra em família

Foram sete dias de muitas novidades, aprendizados, alegrias e cansaço. Espero que tenha sido a primeira viagem de muitas que ela ainda vai fazer por esse mundão. E, ao voltar, a gostosura tinha engordado a mesma quantidade que engorda normalmente em um mês. Eh, McDonald's terrível!
 
Com o vovô Fernando e a vovó Helena

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

"When I was a child I had a fever. My hands felt just like two balloons"

Olhando para a mamãe e reclamando da febre

Depois de oito meses e 10 dias, enfrentamos a nossa primeira febre. Pai de primeira viagem é uma m... Sentimos que a lindeza estava com uma temperatura diferente, mas não nos tocamos. Teve até uma hora que achei que ela estava assim morninha por causa do banho quente. À tarde, quando a babá chegou, disparou na hora ao tocá-la: "ela tá com febre". Pronto, tudo explicado. Não tinha comido direito, tava chatinha, sonolenta... Primeira temperatura: 37,5Cº. "Ah, já ouvi dizer que isso em criança não é febre. Vamos esperar". E, pela primeira vez também, o pediatra não atendeu o telefone. Oh, danada da Lei de Murphy.

Duas horas depois: 38,7Cº. Começou o desespero. Liga de novo pro pediatra. Justamente agora ele tinha ido passar uns dias em São Paulo. Acho que médico de bebê tinha que ter um clone para usar nesses períodos. Dei Alivium e a febre baixou, mas a temperatura não ficava abaixo dos 37,5ºC. Ai, que dó da minha bichinha...

À noite, conseguimos incomodar o médico e ele nos disse o mesmo que todos os sites e pessoas conhecidas: "Febre de nenê é assim mesmo e pode ser qualquer coisa, provavelmente, é uma virose. Não precisa levar ao hospital. É controlar com antitérmico e observar. Tem que melhorar nos próximos três dias." TRÊS DIAS!?!?! Não dá. Muito tempo. Quero que ela melhore agora! Apesar das recomendações, na hora em que o termômetro bateu 39,2ºC e ela vomitou "a la Exorcista" o Tylenol, saímos correndo pela casa, trocando de roupa e "toca pro hospital".

Lá chegando, tendo submetido a menina ao frio e à chuva, esperamos meia hora só para passar pela triagem. A pediatra, morrendo de sono, nem olhou para a menina e disse: "mãe, febre de nenê só é preocupante se durar mais de três dias. Vai pra casa, muito líquido e antitérmico". Assim fizemos, mas acrescentamos muito carinhos, cuidados e beijinhos à receita.

Dois dias depois, ela estava linda e maravilhosa aprontando pela casa toda, assim como ela é. Ufa, sobrevivemos!

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

"A gente não quer só comida. A gente quer a vida como a vida quer"



Depois de dois meses brincando de introdução alimentar, acho que Bethânia está realmente comendo. Foram muitas caretas e cuspidas, mas, agora, ela aprendeu a engolir, abre a boca e pede para almoçar. É muito interessante ver que eles vão entendendo que aquilo é para comer e o mais legal é a reação aos diferentes sabores, texturas e temperaturas. Tenho deixado ela brincar bastante (o que suja até as paredes da cozinha) e estou descobrindo cada vez mais a personalidade da pequena. Pêra não é gostoso e batatinha baroa, hummm, que delícia! Quando ela não quer mais, tapão na colher. Quando insistimos, fecha a boca e esfrega a mão na cara sujando da nuca ao nariz. Aí chora porque caiu comida no olho. "E não me limpa". Ela fica puta demais com um pano ou um guardanapo sendo esfregado no rosto.

Apesar da minha felicidade por achar que ela está alimentando direitinho, ela não chega nem perto da quantidade que o pediatra quer que ela coma por papinha: 180ml. Ela está ali entre 90ml e 100ml e não aceita mais do que isso. Bethânia e seus comportamentos abaixo dos padrões esperados. Desde a barriga ela é assim: cresce pouco, engorda pouco, come pouco... Tendo a me preocupar, mas meu instinto de mãe me diz que está tudo bem. Ela é assim e tenho de aceitar.

E, como tudo tem dois lados... Ela estar comendo é ótimo, mas trocar a fralda passou a ser uma operação de guerra. A guria agora faz cocô em toletes. No começo, o intestino travou e ela só fazia de três em três dias. E um cocô sofriiiido. Uma força danada, de sair lágrimas dos olhos. Tadinha! Agora, que acho que o sistema se acostumou, ela está exagerando na dose. Faz uns seis cocôs por dia — sempre de mais ou de menos, nunca na medida. E o cheiro? Dá vontade de jogar a fralda usada na casa da vizinha de cima. Tá rolando até par ou ímpar pra ver quem encara a bronca.