quinta-feira, 8 de agosto de 2013

"Deus dá o frio conforme o cobertor"

O bico pré-choro
 
O medo de voltar ao trabalho me assombra desde quando Bethânia ainda estava na barriga. Agora, que faltam pouquíssimos dias, meu coração está tão apertado que não sei como ainda está batendo. Acho que já passei por todas as fases que a questão envolve. Pensei que ia ser tranquilo, quis pedir demissão, tive certeza que não seria feliz deixando o meu emprego, procurei todas as brechas de legislação possíveis para estender a minha licença-maternidade, pedi orientações, opiniões e ajuda para várias pessoas, chorei, pensei em demissão de novo, mudança de horário...

Conformada com a necessidade de retorno ao jornal, busquei a única solução possível para nós: uma babá. Eu e meu marido trabalhamos em um horário complexo: das 16h às 23h. Isso não nos deixa com a possibilidade de creches e escolinhas. Nossas mães trabalham (e muito) o que também elimina o método vovó amiga. Não tínhamos escolha. Eu sempre lidei muito bem com essas situações em que não há outro caminho. É isso e pronto, acostume-se. Mas, confesso, essa foi um pouquinho difícil de engolir... Teoricamente, a questão do horário é até boa, porque esse é o momento do sonão. Bethânia sempre dorme perto das 18h e vai até meia-noite mais ou menos. Se a rotina continuar (o que acho difícil), ela vai passar pouco tempo sem mim.

Enfim, desde junho estamos conhecendo a Sandra. Uma pequena pessoa, atenciosa, agitada e trabalhadeira. Quando digo pequena, é verdade. Bethânia com um ano deve estar próxima da altura da Sandra (hehehe). Mesmo achando uma boa pessoa, demorei um mês para conseguir deixar a boneca meia hora sozinha com a babá. Hoje, estamos mais acostumadas.


O problema é que, com a proximidade, tenho passado essa ansiedade para a nenê. Nos últimos dias, Bethânia virou um carrapato. Chora no colo de todo mundo, não fica com ninguém e, o pior, berra enlouquecida quando vê a Sandra. Tadinha da Sandra.


Além disso, tem a questão do leite. Tomei a decisão de não introduzir comida na criança antes do seis meses. Estou fazendo um estoque de leite materno para ela tomar enquanto estou fora. O problema é que ela não pega a mamadeira. Tenho alguns dias para tentar outros métodos: copinho, colher, sonda... o que der, deu. Para me consolar, as pessoas dizem: "O instinto de sobrevivência dela é maior. De fome ela não vai morrer". Poxa, mas vai sofrer muito até lá, né? E ela está acostumada a dormir no peito. Ai, ai, não como vai ser isso...


... bem, vamos lá. Mais uma fase difícil da maternidade. Espero que o meu sofrimento seja muito maior que o dela e que fiquemos bem ao final disso tudo.

6 comentários:

  1. Nat, nāo queria estar no seu lugar mas vc é forte e guerreira vai vencer mais essa batalha. A Betânia vai logo se adaptar.
    Bjs e Boa Sorte!

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  2. admiro quem consegue desapegar e voltar a trabalhar, até hj não voltei, João está 2 anos e 4 meses e assim que ele entrar na escolinha, no começo do ano que vem eu volto... antes dele sair da minha barriga eu dizia que voltaria a trabalhar qdo os 6 meses de amamentação exclusiva acabassem, não consegui nem pensar nesse assunto... tomara que dê tudo certo pra vcs!

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  3. Aiiii, momento difícil mesmo! Tadinhas!!!
    Beijo grande!

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  4. Ah, eu também já tô sofrendo por antecipação...e meu horário de trabalho é o "tradicional"....muitas horas longe dos meus bebês! Também não pretendo introduzir nenhum alimento antes dos 2 meses e tô torcendo pra conseguir ordenhar o suficiente.... vou comprar uma dessas mamadeiras aqui pra testar: https://www.baby.com.br/produtos/colher-dosadora-para-papinha-azul-munchkin

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    1. Ai, Nice, nem fala. Super sofrimento...
      Mas estamos levando. Um pouquinho melhor a cada dia.
      Ela não pegou nenhum tipo de mamadeira. Eu comprei uma exatamente igual a essa. Ela adora! Brinca, morde a colher, se suja toda, faz carrinho com o leite que desce da colher, mas não mama direito, não. Pelo menos é uma distração enquanto eu não chego para amamentar :)

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